Na manhã seguinte sentimos que o frio era muito intenso e que o lugar para onde iríamos era mais distante do que pensávamos. Nada que nos desanimasse. A primeira escola foi a EM José Gonçalves Sobrinho, no povoado da Vargem Alegre. Uma escola pequena, aconchegante, com pessoas acolhedoras e simpáticas. Uma sala de aula foi suficiente para juntarmos todas as crianças e fazermos a contação de histórias. Olhos brilhantes e curiosos acompanharam cada uma das falas ou expressões dos personagens que iam sendo apresentados, as cores, os movimentos e os sons eram valorizados e aguardados para serem tocados, reproduzidos, compartilhados.
Outras escolas se seguiram: EM José Ricardo Neto (povoados de Morangal e Marques), EM Profª Leonor Ferreira Porto (povoado São José da Mantiqueira – Gorda), EM Professora Maria José de Souza Bernardes (povoado dos Moreiras) e EM Christovam Chiaradia (área urbana). Lugares lindos, pessoas amorosas, crianças encantadoras. Com sorrisos largos e gentis, fomos acolhidos para momentos muito especiais de troca de saberes e quereres que muito enriqueceram nossa viagem.
Ouvimos histórias contadas pelas crianças, que também mostraram, orgulhosas, os brinquedos que construíram. Saboreei o bolo de fubá feito e servido pela adorável e tímida Marilza, na EM Maria José Souza Bernardes, ouvi o depoimento contagiante das professoras Larissa Giovana Alves Ribeiro e Maria Auxiliadora Evilázio, que trabalham com salas multisseriadas.
A coordenadora Ana Claudia Silva, que nos acompanhou nas escolas rurais, merece um agradecimento especial, sempre nos recebeu com um sorriso discreto, olhos brilhantes e abraço afetuoso. Nos apresentou pessoas, nos levou aos diversos espaços, nos revelou os arredores da escola e suas ondulações geográficas particulares: a mata, a montanha, a estradinha, tudo com a singularidade de que só ali o tempo nos presenteia com um aqui e agora próprios de que, pouco importa o que acontece, além do que vemos e sentimos. A plenitude do que vemos é a revelação da intensidade do que precisamos para continuar vivendo: amorosidade, liberdade, beleza, sonoridade e acolhimento de quem está naquele lugar e de quem por ali passa.
Os abraços e demonstrações de carinho e contentamento no final foram as mais belas e generosas expressões de agradecimento e reveladores do desejo de quero mais.
Certamente voltaremos.
Socorro Lacerda de Lacerda
Amei!
Amei!
Muita emoção e alegria senti, só de ler seu texto e ver as fotos!
Parabéns! Parabéns! Parabéns!
EUHONROVOCÊ!