A menina e o tambor

Pego meu pequeno tambor e, ainda sem me mostrar, produzo um som acelerado e contínuo por alguns minutos. As crianças param e silenciam, querem saber de onde vêm aquele som tão diferente. Sorrisos se alargam quando me veem caminhando lentamente no fundo da sala onde se encontram. Repito o som enquanto caminho entre eles. As … Ler mais

À sombra de uma figueira centenária

  A EMEIF Bairro Nhunguara está localizada bem próximo a uma estreita estrada de terra. É uma escola pequena, rodeada por uma vegetação que mistura resquícios de mata atlântica e plantações de banana de muitas variedades. Entre o portãozinho de ferro retorcido e o pequeno pátio coberto, que antecede o refeitório e as salas de … Ler mais

Seu João e sua doce Esperança na Comunidade Quilombola Sapatu

  Seu João nos recebeu com o sorriso banguela mais simpático que já vi. Ele ri com a boca e com os olhos, que brilham de contentamento por nos receber, embora nunca tenha nos visto. Levantando-se do estreito e gasto banco de madeira onde estava sentado, abre os braços num abraço caloroso como se estivesse … Ler mais

EMEF Boa Esperança – Eldorado/SP

A travessia do rio foi o início do deslumbre para um encontro tão mágico. Atravessar o Rio Ribeira do Iguape em uma balsa deslisando lentamente por suas águas barrentas me levou a pensar sobre o que encontraríamos na outra margem do rio. Depois da travessia, num misto de expectativa e otimismo encontramos quem nos indicasse … Ler mais

EMEIF Bairro São Pedro – Escola Quilombola – Eldorado/SP

A curiosidade das crianças tomou conta dos seus corpos como uma comichão, deixando-as muito inquietas. Logo saíram dos lugares onde estavam sentadas e foram, rastejando discretamente, até beirar a colcha de retalhos onde estavam dispostos alguns objetos que eu costumo usar nas contações de histórias.

A sensação que tive foi a de que tocar os objetos, explorar seus sons e espiar suas cores, era mais interessante do que ouvir a história que eu começara a contar. Essa impressão só se desfazia quando a voz de algum personagem se destacava da narrativa e saltava para o espaço composto por tantas novidades.

Não demorou muito para eu perceber que a inquietação que demonstravam era excesso de desejo de usufruir do novo, do que estava posto naquele canto de sala e se misturava ao que imaginavam ser cada um daqueles objetos. Queriam ouvir as histórias, mas também queriam soprar o apito, girar o pião, folhear os livros, olhar encantados o movimento do traca traca e a magia do surgimento das cores da dobradura de papel. Tudo ao mesmo tempo, como se não houvesse tempo suficiente para tanta coisa e para a exploração de cada um dos objetos e brinquedos que viam, alguns deles, pela primeira vez.

No final da contação, foi inevitável o início da exploração de um mundo com infinitas possibilidades. A criação e recriação do brinquedo e da brincadeira tornou-se indicativo para a invenção de novas e necessárias histórias, emolduradas por uma colcha de retalhos que não estava ali por acaso.

Socorro Lacerda de Lacerda

Conte Lá Que Eu Conto Cá
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