A última cidade que planejamos visitar com o projeto “Conte lá que eu conto cá”, em nossa primeira etapa, foi a cidade de Diamante, localizada no sertão da Paraíba. Nossa proposta, enviada por e-mail, para a Secretaria de Educação foi recebida com extrema gentileza. Isso nos deixou muito felizes, principalmente pelo apoio que recebemos e o pedido para contarmos nossas histórias em mais escolas rurais do que costumamos contar em cada município.
Como chegamos até aqui cheios de histórias para contar e de animação e contentamento por termos vivido momentos de imensa alegria em experiências realmente transformadoras e enriquecedoras, embora cansados pela jornada já percorrida, estávamos muito animados e curiosos.
Para chegarmos até as EM Pedro Fortunato (Mata de Oitís) e EMPG José Antônio Barros (Barra de Oitís), dormimos na casa de amigos em um sítio no município de Boa Ventura que fica a poucos quilômetros da cidade de Diamante. Com acolhida tão calorosa e um farto café da manhã, saímos bastante cedo para garantirmos que não nos atrasaríamos, pois, na verdade, não sabíamos o tempo que levaríamos para chegarmos à primeira escola localizada no sítio Mata de Oitís.
Fizemos bem em sair logo cedo, o sítio ficava bem mais distante do que pensávamos e a estrada de terra não ajudou muito. A Escola Pedro Fortunato não está isolada como outras que visitamos, fica em um pequeno amontoado de casas com uma igrejinha ao fundo. O lugar é muito simples, tão simples quanto a escola que avistamos em primeiro plano. Está cercada por um retorcido e perigoso arame farpado e com piso de cimento queimado muito desgastado, revelando que a muito tempo o prédio não passava por uma reforma. O banheiro para uso de alunos e professores fica fora do prédio e em condições bastante inadequadas.
Logo nos convidaram para entrarmos e, apesar da carência do espaço, ficamos realmente felizes com a recepção e o que encontramos ao entrarmos.
No canto de uma das salas, organizado cuidadosamente, um “cantinho de leitura” bastante charmoso e convidativo. Esse cantinho estava identificado com letras grandes e coloridas, coladas na parede, alguns livros em cima de uma pequena mesa e um pequeno tapete com almofadas no chão. O carinho e cuidado com que aquele cantinho fora preparado era visível. Apesar do material demonstrar ter sido bastante usado, tudo estava muito limpo e organizado. A professora nos mostrava com o olho brilhando, orgulhosa de fazer dos momentos de leitura com seus alunos, momentos de festa e alegria.
Do outro lado da sala, organizado de forma igualmente cuidadosa, ficava o “Cantinho da Matemática”. Seus poucos e simples materiais davam uma dimensão do quanto as professoras se empenhavam em tornar acessível os parcos materiais de que dispunham, era visível o carinho com que faziam tudo aquilo. As crianças em volta, acompanhando nossa visita, se mostravam igualmente animadas e dando detalhes do que faziam e como utilizavam cada um daqueles “cantinhos”.
Entretanto, esses foram momentos posteriores a nossa chegada e apresentação. Para surpresa nossa, descobrimos que ali ninguém sabia de nossa ida a escola naquele dia. Isso mesmo! Embora nosso agendamento tenha sido feito junto à Secretaria de Educação do Município, com bastante antecedência e confirmada nossa ida ao sairmos de São Paulo, as pessoas que trabalham na escola não foram avisadas. Nosso desapontamento só não foi maior por termos sido recebidos de forma tão calorosa por professoras dispostas, animadas, acreditando que o que estávamos propondo era importante para todos que estavam ali. Segundo uma das professoras, erámos bem-vindos, principalmente por não criarmos a oportunidades de vivenciarem, na escola, momentos lúdicos e divertidos além dos que elas mesmas se propõem a fazer. “Gente de fora” para contar e ouvir histórias? Isso nunca havia acontecido por aqui.
A contação de histórias não ficou menos animada por conta desse contratempo, pelo contrário, reconhecendo que ali estavam crianças curiosas e inteligentes, fiz o melhor que pude e ainda tivemos tempo para relembrar, com um dos alunos, a brincadeira do “passa anel” que tanto brinquei em minha infância. Percebi, com bastante contentamento, que as crianças daquele lugar ainda não foram totalmente “invadidas” por brinquedos eletrônicos e individuais e encontravam tempo e disposição para brincadeiras coletivas, com elementos simples que encontravam em seu entorno.
Fiquei grata pela recepção das professoras e dos alunos, pelo café com queijo improvisado depois da contação de histórias (como não sabiam que íamos, foram correndo na casa de uma delas pegar algo para nos oferecer) e por perceber que a carência de material e de cuidado de órgãos exteriores à escola e seus funcionários não havia contaminado quem trabalhava ali. Pelo contrário, todo o cuidado e zelo que encontrei naquele espaço era visivelmente resultado das pessoas que cotidianamente se empenhavam para realizarem um trabalho sério com o compromisso de ensinar e educar da forma mais responsável possível.
Essa experiência nos fez refletir acerca do que poderíamos encontrar nas próximas escolas do mesmo município. Apesar da recepção calorosa de quem encontramos na Escola Pedro Fortunato, saímos um pouco decepcionados e reflexivos.
Como chegamos até aqui cheios de histórias para contar e de animação e contentamento por termos vivido momentos de imensa alegria em experiências realmente transformadoras e enriquecedoras, embora cansados pela jornada já percorrida, estávamos muito animados e curiosos.
Para chegarmos até as EM Pedro Fortunato (Mata de Oitís) e EMPG José Antônio Barros (Barra de Oitís), dormimos na casa de amigos em um sítio no município de Boa Ventura que fica a poucos quilômetros da cidade de Diamante. Com acolhida tão calorosa e um farto café da manhã, saímos bastante cedo para garantirmos que não nos atrasaríamos, pois, na verdade, não sabíamos o tempo que levaríamos para chegarmos à primeira escola localizada no sítio Mata de Oitís.
Fizemos bem em sair logo cedo, o sítio ficava bem mais distante do que pensávamos e a estrada de terra não ajudou muito. A Escola Pedro Fortunato não está isolada como outras que visitamos, fica em um pequeno amontoado de casas com uma igrejinha ao fundo. O lugar é muito simples, tão simples quanto a escola que avistamos em primeiro plano. Está cercada por um retorcido e perigoso arame farpado e com piso de cimento queimado muito desgastado, revelando que a muito tempo o prédio não passava por uma reforma. O banheiro para uso de alunos e professores fica fora do prédio e em condições bastante inadequadas.
Logo nos convidaram para entrarmos e, apesar da carência do espaço, ficamos realmente felizes com a recepção e o que encontramos ao entrarmos.
No canto de uma das salas, organizado cuidadosamente, um “cantinho de leitura” bastante charmoso e convidativo. Esse cantinho estava identificado com letras grandes e coloridas, coladas na parede, alguns livros em cima de uma pequena mesa e um pequeno tapete com almofadas no chão. O carinho e cuidado com que aquele cantinho fora preparado era visível. Apesar do material demonstrar ter sido bastante usado, tudo estava muito limpo e organizado. A professora nos mostrava com o olho brilhando, orgulhosa de fazer dos momentos de leitura com seus alunos, momentos de festa e alegria.
Do outro lado da sala, organizado de forma igualmente cuidadosa, ficava o “Cantinho da Matemática”. Seus poucos e simples materiais davam uma dimensão do quanto as professoras se empenhavam em tornar acessível os parcos materiais de que dispunham, era visível o carinho com que faziam tudo aquilo. As crianças em volta, acompanhando nossa visita, se mostravam igualmente animadas e dando detalhes do que faziam e como utilizavam cada um daqueles “cantinhos”.
Entretanto, esses foram momentos posteriores a nossa chegada e apresentação. Para surpresa nossa, descobrimos que ali ninguém sabia de nossa ida a escola naquele dia. Isso mesmo! Embora nosso agendamento tenha sido feito junto à Secretaria de Educação do Município, com bastante antecedência e confirmada nossa ida ao sairmos de São Paulo, as pessoas que trabalham na escola não foram avisadas. Nosso desapontamento só não foi maior por termos sido recebidos de forma tão calorosa por professoras dispostas, animadas, acreditando que o que estávamos propondo era importante para todos que estavam ali. Segundo uma das professoras, erámos bem-vindos, principalmente por não criarmos a oportunidades de vivenciarem, na escola, momentos lúdicos e divertidos além dos que elas mesmas se propõem a fazer. “Gente de fora” para contar e ouvir histórias? Isso nunca havia acontecido por aqui.
A contação de histórias não ficou menos animada por conta desse contratempo, pelo contrário, reconhecendo que ali estavam crianças curiosas e inteligentes, fiz o melhor que pude e ainda tivemos tempo para relembrar, com um dos alunos, a brincadeira do “passa anel” que tanto brinquei em minha infância. Percebi, com bastante contentamento, que as crianças daquele lugar ainda não foram totalmente “invadidas” por brinquedos eletrônicos e individuais e encontravam tempo e disposição para brincadeiras coletivas, com elementos simples que encontravam em seu entorno.
Fiquei grata pela recepção das professoras e dos alunos, pelo café com queijo improvisado depois da contação de histórias (como não sabiam que íamos, foram correndo na casa de uma delas pegar algo para nos oferecer) e por perceber que a carência de material e de cuidado de órgãos exteriores à escola e seus funcionários não havia contaminado quem trabalhava ali. Pelo contrário, todo o cuidado e zelo que encontrei naquele espaço era visivelmente resultado das pessoas que cotidianamente se empenhavam para realizarem um trabalho sério com o compromisso de ensinar e educar da forma mais responsável possível.
Essa experiência nos fez refletir acerca do que poderíamos encontrar nas próximas escolas do mesmo município. Apesar da recepção calorosa de quem encontramos na Escola Pedro Fortunato, saímos um pouco decepcionados e reflexivos.
Parabéns Otávio, você é além de lindo um excelente contador de histórias, você aprendeu com a Socorro?
Fico emocionada com o trabalho desse casal maravilhoso Socorro e Lucio.